Como Eu Estudo e Por Que Você Deveria Fazer o Mesmo
A educação no Brasil é rígida e não leva em conta as individualidades de cada pessoa. Isso faz com que muitos se sintam incapazes e frustrados por suas dificuldades. Assim como um peixe fora d'água não consegue sobreviver, muitos alunos desistem dos estudos por terem dificuldades com conceitos básicos.
Eu fui uma aluna abaixo da média, com muita dificuldade em cálculos e lógica. Cochilava em quase todas as aulas de geografia, mesmo tendo um dos melhores professores. Sempre fui elogiada pelas boas notas, e, claro, esse desejo de boas notas ainda me persegue. Mas todos sabemos que notas não definem ninguém, nem sua inteligência.
Existem várias maneiras de conseguir boas notas que não envolvem necessariamente estudar. Isso não tem mérito, mas esconder essa realidade não resolve o problema.
Então, como passei de uma aluna desinteressada para uma leitora ávida? O grande segredo foi descobrir o que realmente me instiga. Comecei a ler quando me interessei por teologia; foi um mundo novo para mim, e devorava textos, blogs e livros. Depois me interessei por política e li "O Manifesto Comunista" de Karl Marx. Para quem não lia uma linha, ler aquele livreto foi uma grande conquista.
Sempre gostei de sociologia e filosofia na escola, mas nunca fui realmente ensinada sobre a verdadeira filosofia como uma forma interrogativa de buscar sentido para as coisas da humanidade. Eram apenas textos vazios que eu lia e relia, mas que não faziam sentido prático para mim. Isso é triste, já que a educação deveria ser emancipadora.
Felizmente, minha maior característica é a curiosidade e o movimento. Estou sempre entusiasmada por bons assuntos, e hoje estou mais focada na nutrição, minha área profissional, e no desenvolvimento pessoal.
Se você está aqui, é porque também tem vontade de aprender. Então, vamos à parte prática do estudo ativo:
Leitura do Conteúdo: Enquanto lê, anote manualmente ou no laptop os pontos-chave, como definições e explicações de como algo funciona. Por exemplo: "AVC (acidente vascular cerebral) é uma interrupção do fluxo sanguíneo em uma região do cérebro devido ao rompimento ou entupimento de vasos sanguíneos". Faça anotações diretas e objetivas para não perder tempo.
Revisão e Apresentação: Estabeleça horários para reler o conteúdo. No dia seguinte, faça uma apresentação em slides, como se fosse ensinar uma turma. Se tiver dificuldade, releia suas anotações.
Explicação em Voz Alta: Explique em voz alta tudo o que entendeu, seja para si mesmo ou para alguém.
Burle a Curva do Esquecimento: A maior dificuldade em absorver um conteúdo ocorre porque você assiste a uma aula, presta atenção, mas depois para de estudar. No dia seguinte à aula, revisite o conteúdo e siga os passos anteriores. Depois, mantenha uma rotina de revisões e explicações para si mesmo.
Repita: Continue repetindo esse processo.
Imersão: A capacidade de aprendizado está diretamente relacionada à quantidade de exposição ao assunto. Quanto mais você ouvir, falar e explicar, melhor você ficará. Nosso cérebro automatiza tudo, mas o problema é que muitas vezes desistimos antes dessa automatização ocorrer. Para evitar isso, busque vídeos, podcasts, e ouça enquanto realiza outras atividades. Isso ajudará você a fazer correlações práticas.
Essas estratégias valem para qualquer tipo de aprendizado. A exposição gradual e consistente fará com que você se torne expert no que desejar.
Teste de Aprendizado: Quanto mais simples for a sua explicação, mais você entendeu a lógica por trás do tema. Claro, em um ambiente acadêmico, podemos ser mais técnicos, mas essa clareza só acontece quando o assunto realmente faz sentido em nossa mente.
Se você tem vergonha, grave suas explicações e ouça. Analise os pontos em que faltou clareza, identifique as lacunas e refaça todo o processo.